Odeio
meu marido mais não largo.
João tinha depressão, sujeito
negativo...arg.... Maria não gostava que ele fosse assim, mesmo assim eles se
casaram.
O casamento esfriou e lá veio a crise.
As constantes desistências de João
frustravam Maria.
Por exemplo, combinavam ir ao cinema e
João desistia. Maria ficava p....da vida e decepcionada.
A mágoa vinha junto, pois ela se sentia
pouco amada.
O silêncio de João só aumentava a
sensação de ser “deixada de lado”.
Não havia sintonia... por isto
procuraram o psicólogo.
A esposa sentia raiva, sentia mágoa, e
com isto gerava o rancor....é coisa pra dedeu....
Ficou um tanque de guerra e “menos
romântica”.
Distância... ficou distante do marido,
afetivamente e corporalmente.
Era assim que sofria menos.
Não queria mais sonhar, para não se
frustrar.
Não queria mais desejar, para não se
sentir sozinha.
Não queria mais ser a boba.
Ela estava virando uma insensível;
estava indo para o reino do “tanto faz”....antes fosse para o reino do faz de
conta...é mais divertido....
Tudo que era sentimento bom estava
morrendo.
Mas, o rancor continuava lá, firme.
Ela já estava tão acostumada com ele
que nem prestava atenção no sentimento que dominava sua vida.
E a distância que ela criou dava um ar
de vingança contra o marido. Mulher adora isso....
Ele não me dá, eu não dou – estamos
empatados.
Miséria de vida! Sem o positivo, lotado
do negativo.
Ela fez suas escolhas pensando em se defender.
Acabou matando o positivo e
incentivando o negativo.
Ele, o João, também queria se defender.
Lembrando que o bicho já veio deprimido, mosca morta não tem sentimento.
“A vida é assim, fazer o que”? Diz ele.
“Fazer o que”? Repetia.
A terapia tinha que ajudar.
Primeiramente perceber o resultado:
quando PRIORIZO me defender, permito
que o negativo domine.
O resultado é ruim.
O que é nobre movimenta a vida; o que é
negativo empobrece, paralisa e desvitaliza.
Perder o que é bom é péssima escolha.
É o caminho para perpetuar o rancor – raiva e mágoa curtida a cada minuto.
O rancor nos lembra da vida que não temos e que poderíamos
ter.
O rancor é uma peça que pregamos contra
nós mesmos, pois tão logo nos lembra do que não temos, iniciamos o auto-boicote para ter certeza de que
nunca teremos.
O rancor nos machuca, pois não é fácil
ficar se boicotando e delirar que está se protegendo. Bom, voltemos ao nobre
casal...
Maria queria tudo diferente, queria dar
uma última chance ao marido.
Somos cheios de última chance...
99% das vezes o rancor mantém o
casamento de pé, paralisado, pobre e mesquinho. Mantém agonizante, mas mantém.
Lembre: sentimentos, assim como seres vivos, lutam para sobreviverem.
O amor faz tudo para se perpetuar, a
infelicidade procura motivos para se manter, o ódio tenta ser sempre mais
forte, e assim vai.
O rancor também vai lutar para se
manter dominante – paralisando tudo e se nutrindo da insatisfação.
O rancor luta bravamente para ser o
sentimento dominante e não abandonará sua luta. É a boa e velha vingança que
todo mundo cedo ou tarde nutre....
Ao primeiro sinal de vida boa, ele ativa a angústia, o medo, a
insegurança, a dúvida, a descrença, o egoísmo e, principalmente, a raiva e a
mágoa.
É um arsenal de negativismo. Todos eles
fortes, nutridos no dia-a-dia da vida pobre e supostamente protegida.
É uma luta desigual. Bons sentimentos
esqueléticos lutando contra a gangue dos grandalhões da vida protegida e
negativa.
A vida protegida é assim: sentimentos
nobres são desprezados e os negativos cultivados, tudo em meio a um caldo de
ilusões e delírios.
Na terapia aprenderam a experimentar a
vida desprotegida (viver desprotegido é
a função da vida conjugal).
“Sirva a quem te machuca”.
Onde você se sentir humilhado é onde
você deve voluntariamente se humilhar.
O que o outro apontar que você não sabe
fazer é o que você tem que aprender.
Quando você se afastar, faça a escolha
de se aproximar. Chore, mas não fique distante”.
Desde que você não esteja casado com
uma psicopata, a regra acima vale ouro.
Na terapia Maria e João superaram
traumas pessoais, que foi de grande ajuda para o renascer da vida afetiva
plena.
Ta mas eu não tenho a oportunidade da
terapia, então tome uma decisão: “esta minha vida é difícil e pouco
satisfatória. Seguirei para uma vida desprotegida, onde servirei a mim mesmo e
à minha família com tudo de nobre que restou em mim”. Acredite, essa turminha esta em frangalhos,
pior que os Etíopes.
E tem mais, o grandalhão do rancor vai contra-atacar
com mais sentimentos negativos e mais ilusões.
Você vencerá somente se permitir perder, se for bobo, se
aceitar não ser recompensado e nem reconhecido nas primeiras batalhas da
mudança.
Parece difícil, mas é mais lógico
cultivar o exército dos bons sentimentos do que a gangue da negatividade.
Os resultados são melhores, mas é o
tempo, a disciplina e a perseverança que vão consolidar esta vitória e isso
leva tempo, afinal você alimentou bem os grandões e deixou em jejum absoluto a
turminha do bem.
Você será inundado com a energia e bem-estar
que somente os exércitos dos sentimentos nobres são capazes de te proporcionar.
Não há como uma pessoa com boa vibração
e disciplinada para oferecer o que é nobre, não conseguir transformar sua vida
pessoal. Estas habilidades colocam a vida em movimento, geram o novo e o
amadurecimento.
E isso tudo que foi dito aqui serve não
apenas para os casais, serve pra todo mundo e para tudo, mudar é preciso, chega
de alimentar quem não te traz beneficio algum, já deu pra bola.
Beijo no coração
Adriane
(Texto sob inspiração)
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